SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL - Sair do MAPA DO FOME é uma grande GRANDE conquista.

 SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

Sair do MAPA DO FOME é uma grande GRANDE conquista. 

Mas não significa que a fome acabou.



Embora recentemente o Brasil tenha conquistado uma importante vitória ao sair novamente do Mapa da Fome, conforme afirmação da ONU — com queda de 85% na insegurança alimentar severa (de 17,2 milhões em 2022 para 2,5 milhões em 2023) -Agência Brasil — o problema da insegurança alimentar continua presente.



De acordo com o IBGE, aproximadamente 27,6% dos lares brasileiros (cerca de 21,6 milhões) viveram algum nível de insegurança alimentar em 2023, sendo 4,1% em situação grave - IBGE  

Promover a Segurança alimentar é garantir que todos tenham acesso físico e econômico a alimentos seguros, nutritivos e culturalmente adequados.

A alimentação é um direito humano fundamental, reconhecido pela Constituição Federal e por tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário. 

No entanto, milhões de brasileiros ainda enfrentam a insegurança alimentar, uma realidade que compromete a saúde, a dignidade e a qualidade de vida.

O que é insegurança alimentar?

A insegurança alimentar ocorre quando o acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de forma regular não está garantido.



Fatores como desemprego, baixa renda, aumento do preço dos alimentos, crises ambientais e desigualdade social contribuem para esse cenário.

Por que a segurança alimentar é tão importante?

A segurança alimentar e nutricional significa garantir que todos tenham acesso físico e econômico a alimentos seguros, nutritivos e culturalmente adequados, de forma sustentável.
Esse conceito engloba não apenas a disponibilidade de alimentos, mas também a estabilidade no fornecimento, o acesso econômico e a utilização adequada para manter a saúde.

Diretrizes e políticas públicas no Brasil

A LOSAN, ou Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) com o objetivo de assegurar o direito, organizando a implementação de políticas públicas na área.

A Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) define diretrizes como:

  • Promoção do acesso universal à alimentação adequada

  • Respeito à diversidade cultural alimentar

  • Incentivo à produção e ao abastecimento sustentável

  • Educação alimentar e nutricional

  • Fortalecimento da agricultura familiar

Programas como o Bolsa Família, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e a compra de alimentos da agricultura familiar pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) são exemplos de ações que ajudam a garantir esse direito.

Por que as políticas públicas são tão importantes para a segurança alimentar?


A segurança alimentar e nutricional vai muito além de simplesmente “ter comida na mesa”. Ela envolve garantir acesso regular, permanente e digno a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e produzidos de forma sustentável.
E esse objetivo só é possível quando existem políticas públicas bem estruturadas, porque o problema da insegurança alimentar não é individual — ele é coletivo e sistêmico.

1. Combatem as desigualdades sociais e econômicas

Grande parte das famílias em insegurança alimentar vive em situação de pobreza ou extrema pobreza. Programas como Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e auxílios emergenciais oferecem suporte financeiro direto, ajudando essas famílias a comprar alimentos e garantir o mínimo necessário para viver.

2. Asseguram alimentação adequada a grupos vulneráveis

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), por exemplo, garante refeições nutritivas para milhões de crianças e adolescentes nas escolas públicas. Para muitos, essa é a refeição mais equilibrada do dia. Isso não apenas combate a fome, mas melhora a aprendizagem e o desenvolvimento.

3. Fortalecem a produção de alimentos sustentáveis e locais

O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e incentivos à agricultura familiar aproximam produtores locais de consumidores, gerando renda no campo, diminuindo custos de transporte e oferecendo alimentos frescos e saudáveis.

4. Reduzem o desperdício e aumentam a disponibilidade de alimentos

Apoio a bancos de alimentos, feiras solidárias e campanhas contra o desperdício ajudam a aproveitar melhor a produção, destinando excedentes para quem precisa.

5. Educam para escolhas alimentares saudáveis

A Educação Alimentar e Nutricional, presente em escolas e comunidades, ensina sobre alimentação equilibrada, aproveitamento integral dos alimentos e hábitos saudáveis, prevenindo doenças e fortalecendo a cultura alimentar.

6. Garantem continuidade e estabilidade no acesso

A insegurança alimentar não se resolve apenas com doações pontuais. Políticas públicas dão continuidade, permitindo que o acesso aos alimentos seja estável, mesmo em crises econômicas ou climáticas.

O que pode ser feito para combater a insegurança alimentar?

  • Ampliar políticas públicas de transferência de renda

  • Fortalecer a agricultura familiar e cadeias curtas de produção

  • Promover educação alimentar e nutricional nas escolas e comunidades

  • Combater o desperdício de alimentos em toda a cadeia produtiva

  • Estimular o consumo consciente e o aproveitamento integral dos alimentos

A insegurança alimentar é um problema complexo, que envolve questões sociais, econômicas, ambientais e culturais. Combater esse desafio exige a união de esforços entre governo, sociedade civil, setor privado e cidadãos.


Garantir que todos tenham acesso a uma alimentação saudável, suficiente e de qualidade não é apenas uma questão de saúde — é um compromisso com a dignidade humana e a justiça social. 


Cris Lozeski 

Técnica em Nutrição e Dietética 

Consultora de Alimentos

Oficineira - Alimentação Saudável e Sustentável

Conselheira Suplente no CONSEA –Santos - SP


Referências:

https://www.gov.br/mds/pt-br/noticias-e-conteudos/desenvolvimento-social/noticias-desenvolvimento-social/mapa-da-fome-da-onu-inseguranca-alimentar-severa-cai-85-no-brasil-em-2023

https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2024-07/mais-de-14-7-milhoes-de-brasileiros-deixaram-de-passar-fome-em-2023

https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202404/seguranca-alimentar-nos-domicilios-brasileiros-volta-a-crescer-em-2023

https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202404/seguranca-alimentar-nos-domicilios-brasileiros-volta-a-crescer-em-2023

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2024/04/25/igbe-pnad-continua-2023-inseguranca-alimentar-ranking.htm

https://g20.gov.br/pt-br/noticias/inseguranca-alimentar-severa-cai-85-no-brasil-em-2023-aponta-relatorio-da-onu-sobre-o-inseguranca-alimentar-mundial-sofi2024

https://elpais.com/america/2025-07-29/brasil-sale-del-mapa-del-hambre-de-la-onu-y-lula-se-anota-otra-conquista-historica.html

https://www.gov.br/mds/pt-br/acesso-a-informacao/carta-de-servicos/desenvolvimento-social/inclusao-social-e-produtiva-rural/sistema-nacional-de-seguranca-alimentar-e-nutricional

https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2024-04/uma-em-cada-dez-familias-brasileiras-enfrenta-inseguranca-alimentar







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